Vizinhos: 11 perfis
30 de Junho, 2022

Reconhece-se em algum destes vizinhos?
Somos todos vizinhos e sabemos a vizinhança que desejamos – este é, aliás, um fator de peso na decisão de compra de casa – mas raramente podemos escolher quem vive na porta ao lado. No dia-a-dia, revelam-se os tipos de vizinhos. Uns dão boa convivência, outros…
Quem não conhece o vizinho “cusco” que pode ser a senhora do rés-do-chão, sempre a espreitar pela janela, ou o do 3.º andar, que faz tudo para ouvir as conversas.
Ou quem não quer ter ao lado aquele vizinho de confiança que rega as plantas e dá comida ao gato quando vamos de férias e numa urgência, toma conta das crianças?
Atendendo a comportamentos comuns na vida em condomínio, reduzimos a 11 os perfis de vizinhos.
Todos eles têm um pouco de nós e de quem encontramos ao longo da vida.
Perfis de vizinhos
- barulhento
- simpático
- antipático
- cusco
- reservado
- zelador
- baldas
- fantasma
- do contra
- chato
- de confiança

Adeus, maravilhoso descanso? É o vizinho barulhento
Nas horas mais inconvenientes, é uma confusão.
Ele é festa pela madrugada dentro, outra discussão, móveis a arrastar, obras que nunca mais acabam, o toc-toc de tacões, a televisão aos gritos… Se o chamamos à atenção, tanto poderá pedir desculpa como nos berrar de volta ou ignorar.
Porque o vizinho barulhento… são muitos.

Mete-se na vida de todos? É o vizinho cusco.
É a pessoa do “não sou de intrigas, mas”
Espreita pela janela como gato escondido com o rabo de fora. Tenta ouvir as conversas e não perde uma oportunidade para se meter nelas.
Fala sobretudo de quem não está presente. Adora e inventa mexericos. Acha que sabe da vida de todos.
Cuidado com o que lhe conta…

De cara fechada? É o vizinho antipático.
Não seguraria a porta para deixar entrar o Papa, quanto mais a do 3º, aflita com o bebé e os sacos.
Passa com distância, de cara fechada, sem nos olhar. Se cruza connosco, dispara um seco “bom dia” ou finge que somos invisíveis.
Não vai às assembleias de condóminos. Não atende chamadas. Não assina uma petição.
Não. Tudo não.

Vem aí… toca a fugir! É o vizinho chato.
Sempre que o vemos, fingimos pressa.
Se não lhe escapamos, levamos com um relambório que nunca mais acaba. Ainda por cima, acha que domina todos os temas.
Fala pelos cotovelos, num tom monótono ou irritante. Mata-nos de tédio ou deixa-nos com os nervos em franja.
O pesadelo? Vê-lo tomar a palavra numa reunião de condóminos.

Não lhe pomos os olhos em cima? É o vizinho fantasma.
Os serviços de entrega são a melhor coisa.
Há dois tipos. Um é o bicho-de-mato urbano, o outro aparece, desaparece, sem darmos por ele.
Não incomoda ninguém. Se sai, é extremamente discreto. Dentro de casa, é muito raro fazer um barulho. Paga as quotas de condomínio, mas nunca participa numa assembleia.
Aparece, desaparece, sem darmos por ele.

Os outros que resolvam? É o baldas.
E, já agora, que paguem o necessário.
Um dia, diz ele, há de acertar contas. Não lhe falta dinheiro, mas tem as suas prioridades…
Há depois aquele que deixa marcas de desleixo sem ser visto: a porta da rua aberta; os papéis no chão; a mancha de lixo deixada no elevador; a mangueira da garagem usada e por arrumar.
Como será em casa?
Dá-nos o seu melhor sorriso? É o simpático.
Se tem dias maus, disfarça bem. É atencioso e genuinamente prestável.
Se for preciso, sai de casa a meio da noite para ajudar um dos vizinhos.
Seja numa conversa no vão de escada ou na reunião de condóminos, tem sempre uma boa atitude e promove bom ambiente. Defende os seus pontos de vista mas sempre com diplomacia.
Saúda todos com um sorriso!

Toma conta da nossa casa? É o de confiança!
Vai a nossa casa regar as plantas e dar comida ao gato.
Numa urgência, toma conta das nossas crianças. Já perdemos a conta às vezes em que nos cedeu ovos, sal…
Mas atenção: para chegarmos a este patamar de confiança foi preciso tempo.
Todos queremos este vizinho ao nosso lado.

Cuida de tudo no prédio? É o zelador.
Conhece o prédio como poucos, é feliz nele.
Alerta para as avarias inesperadas, acompanha as obras e está a par das rotinas e de todos os dossiers do condomínio.
Para a administração do condomínio, é um aliado essencial. Para nós, ajuda a manter o prédio “num brinco”.
O que lhe dizemos? Obrigada!

Todo misterioso? É o reservado.
Nem bom nem mau, o reservado está na vida dele e ponto final.
Por timidez ou desinteresse, esquiva-se de encontros de hall de entrada e nunca larga uma pista sobre o que faz ou deixa de fazer.
Se recebe amigos e familiares em casa, fá-lo com a discrição de uma reunião de maçonaria.
Acham-no mistérioso… a curiosidade é grande.

Nada está bem, tudo está mal? É o vizinho do contra.
A manutenção é péssima, sobre a limpeza nem vale a pena falar.
As obras no prédio foram mal feitas.Mais do que defender as suas ideias, contesta as dos outros. Vota contra qualquer decisão do condomínio. E maldiz todos.
Os moradores? Mal-educados.
Quais vizinhos tem “o condomínio sempre à mão”?
O Zelador e o Simpático usam a app para reportar avarias no prédio e comunicar, de forma imediata, com o gestor do condomínio. O de Confiança é outro utilizador atento, que na aplicação consulta a ata da reunião de condóminos.
O Chato há de esmiuçar todos os conteúdos disponibilizados para poder dominar os assuntos. O do Contra não vai perder a oportunidade para votar online… contra.
O Reservado resolve tudo pela aplicação, obviamente. Mesmo o Cusco e o Barulhento têm a sua “costela” de condómino interventivo (por exemplo, são rápidos a avaliar o desempenho da administração). Excluímos dois: o Fantasma, porque dele nada sabemos, e o Baldas, que não quer saber.
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